Perguntas frequentes: "Meu filho vai precisar usar medicamento controlado?"
- Dra Marcela Cavalcanti
- 9 de fev.
- 3 min de leitura
Essa é uma das maiores preocupações dos pais que buscam uma consulta com um neuropediatra. A resposta? Nem sempre. O uso de medicação não é uma regra, mas sim uma possibilidade avaliada com muito cuidado, caso a caso.
Hoje em dia, com tanta informação disponível nas redes sociais e no Google, é natural que surjam dúvidas e até medos sobre o uso de medicamentos para crianças.
Mas é importante lembrar que o que funciona para uma criança pode não ser o melhor para outra. O tratamento é algo personalizado, cuidadosamente elaborado e baseado em evidências científicas, sempre levando em consideração as necessidades individuais de cada paciente.

Como a decisão sobre a medicação é feita?
Antes de qualquer coisa, a avaliação é detalhada e individualizada. Cada criança tem um perfil único, e mesmo dentro de um mesmo diagnóstico (como TDAH, Transtorno do Espectro Autista ou outras condições neurológicas), os sintomas podem ter intensidade, gravidade e impactos muito diferentes.
A decisão sobre o tratamento leva em conta:
✔️ O impacto dos sintomas na rotina da criança (aprendizado, relações sociais, autoestima, bem-estar emocional).
✔️ Os tratamentos já tentados (como intervenções psicopedagógicas, terapia comportamental, mudanças na rotina e adaptações na escola).
✔️ Acessibilidade a recursos terapêuticos (nem todas as famílias conseguem ter acompanhamento multidisciplinar contínuo).
✔️ A compreensão e a decisão compartilhada com os pais, respeitando os valores, expectativas e preocupações da família.
O tratamento não é decidido porque "a escola pediu" ou porque alguém sugeriu!
Muitas vezes, os pais chegam ao consultório preocupados porque ouviram de professores, familiares ou até outros profissionais que "a criança está impossível", "precisa de um remédio para acalmar" ou "não consegue ficar quieta". No entanto, a criança não precisa ficar mais calma, mais obediente ou mais parecida com outras crianças. Ficam com receio que a neuropediatra prescreva o "medicamento controlado".
O objetivo do tratamento não é moldar a criança para atender expectativas externas, mas sim garantir seu bem-estar físico e mental a curto, médio e longo prazos. Queremos que ela se desenvolva plenamente, respeitando suas individualidades, competências e potencialidades.
Isso significa que, para algumas crianças, estratégias comportamentais, ajustes na rotina e apoio terapêutico já são suficientes. Para outras, quando os sintomas afetam significativamente a vida da criança e comprometem seu desenvolvimento, a medicação pode ser uma ferramenta valiosa e segura.
E se a medicação for indicada?
Se a medicação for considerada uma opção benéfica, ela será discutida com calma, com explicações claras sobre seus efeitos, segurança e monitoramento. O acompanhamento é contínuo para garantir que a criança tenha o máximo de benefícios com o mínimo de efeitos colaterais, sempre ajustando o tratamento conforme necessário.
A decisão nunca é tomada de forma automática ou imposta. Os pais fazem parte desse processo e são orientados para que possam tomar a melhor decisão para seus filhos, com segurança e tranquilidade.
Cada criança tem um caminho único
Entender que não há um único caminho certo, mas sim o que é melhor para o seu filho, naquele momento, é fundamental. O que importa é que cada passo seja dado com responsabilidade, embasamento científico e, acima de tudo, muito respeito e carinho pelo desenvolvimento da criança.
Se você tem dúvidas sobre o tratamento, estou aqui para ajudar.
Cada caso é único, e juntos podemos encontrar o melhor caminho para o seu filho crescer e se desenvolver da melhor forma possível. 💙
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