Perguntas frequentes: "O diagnóstico pode ser feito na primeira consulta com a neuropediatra?"

Diagnóstico deve ser cuidadoso e contextualizado

Essa é uma das perguntas mais comuns entre os pais que buscam uma avaliação com a neuropediatra para seus filhos. A resposta? Depende do caso.

Algumas condições podem ser diagnosticadas já na primeira consulta, principalmente quando os sintomas são intensos e evidentes, os sinais são perceptíveis durante a avaliação, e há prejuízos claros para o neurodesenvolvimento, impactando significativamente o desempenho pedagógico, social e emocional da criança.

No entanto, nem todos os casos são tão claros logo no primeiro atendimento. Quando os sintomas podem estar presentes em mais de uma condição, quando a criança é muito jovem ou quando os sinais são leves e ainda não causam impactos significativos no funcionamento da criança, é essencial um acompanhamento mais cuidadoso. Nesses casos, a melhor abordagem é observar a evolução da criança, orientar ajustes na rotina, nos estímulos e no ambiente, e avaliar as respostas às intervenções iniciais antes de definir um diagnóstico de forma responsável e segura.

"Por que nem sempre é possível fechar um diagnóstico na primeira consulta com a neuropediatra?"

O desenvolvimento infantil é um processo dinâmico e multifatorial, influenciado por fatores genéticos, ambientais, emocionais e sociais. Por isso, chegar a um diagnóstico preciso requer uma abordagem detalhada, criteriosa e individualizada.

Na consulta, minha avaliação se baseia em três pilares essenciais:

✅ Coleta de informações detalhadas: Ouço atentamente o relato dos pais, analiso laudos de outros profissionais, relatórios de desenvolvimento escolar e, sempre que possível, materiais produzidos pela criança na escola. Alguns casos podem se beneficiar da análise de vídeos que mostram os comportamentos que geram preocupação.

✅ Contextualização dos dados: Nenhuma criança pode ser avaliada isoladamente. O ambiente em que ela vive, os estímulos recebidos, a rotina, a saúde geral, o tempo de exposição às telas e até o histórico familiar (genética) precisam ser considerados.

✅ Observação clínica e exame neurológico: A observação da criança dentro do consultório é um dos momentos mais valiosos da consulta. Como ela interage com os pais? Como responde aos estímulos? Há sinais que possam indicar dificuldades específicas? Durante o exame neurológico, utilizo testes específicos para avaliar funções cognitivas, motoras, sensoriais e comportamentais.

Casos que exigem mais tempo para um diagnóstico preciso

Algumas condições do neurodesenvolvimento, como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Espectro Autista (TEA) e dificuldades de aprendizagem (como dislexia e discalculia), geralmente demandam um acompanhamento mais detalhado. Isso porque:

🔹 Os sintomas podem variar conforme o ambiente (por exemplo, em casa x na escola).

🔹 Algumas manifestações podem ser sutis e só se tornarem evidentes ao longo do tempo.

🔹 Há sobreposição entre diferentes transtornos, exigindo uma análise criteriosa.

🔹 Fatores emocionais e contextuais podem interferir no comportamento e na aprendizagem.

Nesses casos, a conduta mais segura e responsável é acompanhar a criança ao longo do tempo, realizar ajustes na rotina e nos estímulos e observar como ela responde a essas mudanças. Dessa forma, podemos evitar diagnósticos precipitados e garantir uma avaliação realmente precisa.

A importância da experiência da neuropediatra, do conhecimento científico e da sensibilidade na avaliação

Com anos de experiência no atendimento de crianças e adolescentes, utilizo uma abordagem baseada em evidências científicas, mas sem deixar de lado algo essencial: a intuição sensível. Cada criança é única, e meu compromisso é garantir que a avaliação seja precisa, cuidadosa e livre de erros.

Se, ao final da consulta, ainda houver dúvidas ou necessidade de mais informações, o acompanhamento é a melhor estratégia. Isso permite que a avaliação seja complementada com observações adicionais, exames, novos relatos da escola e o impacto das primeiras estratégias terapêuticas.

Segurança e confiança para as famílias

Entendo que receber um diagnóstico pode ser um momento de muitas dúvidas e emoções. Por isso, meu papel vai além da identificação do problema: oriento, acolho e auxilio as famílias a entenderem as necessidades do seu filho e a tomarem decisões informadas sobre os próximos passos.

Se você tem dúvidas sobre o desenvolvimento do seu filho, minha recomendação é clara: não hesite em buscar ajuda especializada. Quanto mais cedo um quadro for compreendido, mais eficazes serão as estratégias de intervenção, garantindo um desenvolvimento saudável e equilibrado.

Se precisar, estou aqui para ajudar! 💙